Os acidentes vasculares cerebrais caem 12%, com a Lei Antifumo

Um estudo na área de saúde de Barcelona, constata-se que desde a entrada em vigor da norma foram registrados 700 ataques cardíacos menos
Desde a entrada em vigor da Lei Antifumo há um ano e meio, foram registrados 700 pacientes menos na área de saúde de Barcelona, de acordo com um estudo feito público o Comité Nacional para a Prevenção do Tabagismo (CNPT), uma organização que integra a uma dúzia de sociedades científicas e milhares de especialistas em saúde pública. A redução de 12% no número de ataques cardíacos confirma a evidência científica sobre os efeitos letais do uso do tabaco, que o CNPT voltou a lembrar: “Seus componentes favorecem a formação de trombos coronários e alteram a parede arterial, mesmo quando fumam três ou cinco cigarros por dia ou se gastar alguns minutos em um ambiente poluído”.
A redução, sendo positiva, fica longe ainda da refletida em pesquisas realizadas em outros países. Um estudo com amostras de população de Montana e Colorado (Estados Unidos), Piemonte (Itália), Cork (Irlanda) e a Escócia, confirmou uma queda de 19% no número de ataques cardíacos após a entrada em vigor das normas que proíbem o consumo de tabaco em locais públicos.
“Em vista desta e de outras evidências”, o CNPT pediu ao Governo e às Comunidades Autónomas que se melhore o cumprimento da lei e reforçar com novas medidas. Na verdade, reitera o pedido que já fez há alguns meses, quando algumas regiões governadas pelo PP decidiram “rebaixar” a aplicação da norma. Há que se lembrar que as comunidades têm a competência de realizar inspeções e, no seu caso, punir os estabelecimentos que não cumprirem a lei. No entanto, os executivos de Madrid, Castela e Leão, espanha) e La Rioja, decidiu “fazer uma leitura mais suave da lei”, nas palavras do secretário-geral da Saúde, José Martínez Olmos.
A leitura “suave”, que fez o PP da norma refletiu-se há alguns meses no Congresso, onde o deputado Leopoldo Bertrand perguntou ao Governo pelas baixas laborais por ansiedade ou depressão entre os trabalhadores fumantes após a entrada em vigor do texto. Também fez outras perguntas sobre a lei antifumo, no entanto, em nenhuma se interessou pelos efeitos que teve na redução da mortalidade atribuíble ao tabaco. Segundo os especialistas, é a primeira causa de morte evitável, só em Portugal é responsável de 60.000 mortes por ano.

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