Cirúrgicos de alto risco

Segundo a OMS, 7 milhões de pessoas sofrem de complicações após uma operação, de que 50% poderiam ser evitados
Um em cada 25 habitantes do mundo, intensifica-se uma vez por ano

O inimigo invisível
A OMS lhe foi expulso cartão vermelho para os cirurgiões. Diz que algumas de suas práticas “colocam em perigo, geram deficiência e causam a morte de milhões de pessoas que se submetem a uma intervenção cirúrgica” Se não o dissesse a máxima autoridade de saúde mundial, parece um titular sensacionanista, mas, infelizmente, não é. Contam no The Lancet, a bíblia dos médicos.
Sete milhões de pessoas sofrem anualmente de complicações após uma operação, nada menos do que 19.000 ao dia, e esses problemas metade poderia se prevenir. Como? Tão simples como seguir um protocolo, que inclui medidas como verificar se o paciente é ou não alérgico a algum medicamento ou contar os artigos, gazes e agulhas antes de que o paciente sai do centro cirúrgico, não vá ser que lhes tenha “esquecido” alguém no meio do tórax.
A OMS tem levado tão a sério que foi posto em marcha um plano para entrar em um centro cirúrgico, não se converta em uma experiência de alto risco.
Chove no molhado. Em Quo divulgamos em agosto do ano passado, um relatório conficiencial dos médicos que atendem nas UCI,s no que diz textualmente que “todos os doentes críticos estão expostos a sofrer um erro”. O mesmo estudo dizia que “estes acontecem duas vezes por cada doente e dia”. O mais grave, como diz a OMS, é que, segundo os próprios médicos, 83% dos erros são evitáveis.
O mesmo número de Quo também contamos que a falta de habilidade no uso do bisturi afeta reis e plebeus. O cirurgião João Abrange diz em suas memórias que a morte de Franco se deveu a um erro cirúrgico que o levou à morte.

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